por Rídina Motta e Vinícius Alves
Entre os dias 17 e 19 de Maio de 2010 Brasília foi palco de diversas atividades contra a homofobia que culminaram na realização da I Marcha Nacional LGBT.
O evento contou com a presença de 3mil pessoas vindas de todos os estados do País e que marcharam reivindicando a criminalização da homofobia e a aplicação do Plano Nacional LGBT - que visa garantir a cidadania plena a Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Sem dúvidas, a Marcha configurou-se como um grande divisor de águas para o Movimento LGBT Brasileiro, que levou às ruas pela primeira vez em um calendário unificado seus protestos, suas bandeiras e indignações frente ao fundamentalismo religioso e aos setores conservadores da sociedade, que impedem até hoje cidadãos LGBT de terem leis aprovadas e direitos equiparados.
Nos dias 17 e 18 de Maio, a Juventude da ABGLT, juntamente com a UNE, através de sua Diretoria LGBT e dos DCEs da UnB e UCB realizaram o I Seminário UnB Fora do Armário, que contou com a presença de lideranças do movimento LGBT, bem como representantes do Legislativo e do Executivo no Brasil.
Durante os debates foi ressaltada a urgência e importância de trazer para dentro da Universidade a pauta LGBT em defesa da diversidade sexual, colocando o ensino superior como um local estratégico para a operarmos transformações reais que queremos ter na sociedade.
Os debates do UnB fora do Armário reforçaram essa necessidade da luta contra a homofobia dentro do espaço universitário, especialmente quando vimos no último período casos de agressão a estudantes homossexuais, seja nas Casas de Estudantes, nos jornais de Centros Acadêmicos ou por parte da própria homofobia institucional operada por seguranças de algumas Instituições de Ensino (IEs).
Além de denunciar esses atos de homofobia o seminário pautou também a necessidade de mudanças administrativas e curriculares capazes de atender as demandas dos LBGT's na universidade e na Educação brasileira.
O uso do nome social de travestis e trasexuais é um desses pontos fundamentais de reivindicação, que traz consigo também a reflexão crítica e a denuncia de exclusão que sofrem ainda essas e esses cidadãos no processo educacional brasileiro.
O Seminário UnB Fora do Armário, bem como a Marcha LGBT nos mostram a importância que tem nos organizarmos cada vez mais para dentro e fora da Universidade, rompendo com paradigmas conservadores e heteronormativos que ainda constituem e sustentam setores da sociedade brasileira e de nossas universidades.
A Universidade deve se constituir em espaço público de produção do conhecimento que se volte para a emancipação de todas e todos, rompendo com preconceitos e formando seres sociais reais, capazes de operar as mudanças necessárias na construção de uma sociedade cada vez mais justa, radicalmente democrática e igualitária.É chegada a hora de pensar a inclusão dessas e desses cidadãos em todos os espaços, com respeito e condições reais e materiais de viver uma cidadania plena, com acesso a educação, trabalho, lazer e tudo mais.
É preciso construir cada vez mais diálogos que voltem-se à sociedade resignificando a diversidade como um valor humano saudável e a ser preservado, no lugar de visto como uma ameaça a ordem, a vida ou a moralidade humana.
Construir uma sociedade e uma Universidade sem homofobia, lesbofobia, transfobia e operar essa transformações reais é papel da Juventude da ABGLT, da União Nacional dos Estudantes e de cada um de nós que acreditamos nessa luta.
Todas e todos rumo a II Marcha Nacional Contra a Homofobia - Maio 2011, até que todas nós LGBT sejamos livres!
Viva a Marcha Nacional Contra a Homofobia!
Viva a Juventude da ABGLT!
Viva a União Nacional dos Estudantes!
Até a vitória!
*Rídina Motta é 1ª Diretora LGBT da UNE
**Vinícius Alves é da Associação Beco das Cores (BA) e membro da Comissão Política Nacional da Juventude da ABG
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