Agentes em greve vão à Câmara de Vereadores

Agentes em greve vão à Câmara de Vereadores
Antônio Cláudio, presidente do Sindipen, fez pronunciamento na sessão desta segunda
23/06/2008 - 14:10

Antônio Cláudio discursou na Câmara
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindipen), Antônio Cláudio Viana, discursou no plenário da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) nesta segunda-feira, 23, focando a situação da categoria e rebatendo críticas e afirmações do governo sobre o movimento de greve dos agentes. Dezenas de grevistas compareceram à CMA para apoiar o representante do sindicato.

Antes do pronunciamento, Viana falou ao Portal Infonet que é necessário externar o sentimento da categoria. “Precisamos buscar o apoio da sociedade, esclarecendo a problemática e revelando a situação na qual o governo nos submeteu, inclusive mentindo e omitindo informações à imprensa”, disse.

O presidente do Sindipen ainda comentou sobre as tentativas de inibir a greve. “Greve no atual governo virou crime. Mas as ameaças não irão nos intimidar, pois apenas queremos que seja cumprido o que foi prometido”, concluiu.

Maior crise da história

Agentes assistem o pronunciamento do presidente da categoria
Antônio Cláudio iniciou o discurso falando que “Sergipe vive a maior crise da história, não só no sistema penitenciário, mas no funcionalismo público”. Segundo ele, nenhum governador nem secretário enfrentou uma categoria inteiramente paralisada, e aponta a falta de respeito com os servidores prisionais como principal motivo a esta situação.

Caso não haja uma negociação favorável, o caos pode estar mais próximo das penitenciárias sergipanas, de acordo com o agente Alexandre Menezes. “A categoria está irredutível e preparada para uma longa greve”, disse.

Cabo Jorge, policial militar que acompanhou os grevistas à Câmara, contou que os PM’s estão se dividindo um a um em turnos de 24 horas para suprir o trabalho interno dos agentes, que não condiz ao serviço policial. “Nosso trabalho é externo, estamos cansados e além disso o governo prometeu diárias e não cumpriu até agora”, revelou.

Mulheres de presos presentes

Representantes das companheiras de presidiários compareceram à manifestação e clamaram que a situação seja logo resolvida. “A gente pede que Déda pare, reflita e se coloque em nosso lugar. A gente não sabe nem se nossos maridos estão vivos. Lá dentro tem seres humanos, não são coisas não”, lamentou uma delas, que preferiu ter seu nome preservado.

OAB

Representantes do Sindipen se reuniram também com o presidente da Seccional de Sergipe da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), Henri Clay Andrade, e representantes dos familiares de detentos. Na ocasião, eles discutiram a greve, e Andrade pediu que os agentes repensem a paralisação. Os agentes devem realizar uma assembléia ainda hoje, às 15h.

Notícia retirada do site: http://www.infonet.com.br
Por Glauco Vinícius e Carla Sousa